PIBIC
2023
Resumo:
O estado do Ceará é o maior produtor e exportador de rochas ornamentais do nordeste brasileiro, onde sendo favorecido pela sua diversidade geológica e cenário econômico, apresenta perspectivas positivas de crescimento no setor. Tal amadurecimento desse ramo da economia estadual também se encontra embasado na contínua formação de profissionais capacitados e na produção técnico-científica desenvolvida em parceria com a academia. O Departamento de Geologia da Universidade Federal do Ceará possui um extenso histórico de produção científica voltada à caracterização de rochas ornamentais, tendo sido elaborado durante anos na forma de projetos de iniciação científicas, TCCs, Dissertações e Teses. Contudo, muitos desses materiais não se encontram publicados e não estão disponíveis em um lugar ou plataforma única. Dessa forma, o presente trabalho visou identificar e inventariar todas as rochas ornamentais estudadas no Departamento, a fim de disponibilizar os dados produzidos em uma plataforma de acesso rápido e fácil, proporcionando agilidade a quem busca as informações geradas pela universidade. Para tanto, foi primeiramente realizada uma pesquisa bibliográfica, identificando e localizando os trabalhos relacionados à descrição de rochas ornamentais. Todos os dados produzidos pelos trabalhos foram compilados com a utilização do software Excel em um banco de dados, que contou com três seções específicas, sendo elas as de Caracterização Petrográfica, Ataque químico e Caracterização Tecnológica. Cada uma das três seções possui subdivisões próprias, então na etapa seguinte, os aspectos voltados à caracterização tecnológica e descrição passaram do banco de dados a um catálogo online. O catálogo foi elaborado a partir de domínios gratuitos sem a presença de anúncios, visando fornecer uma boa experiência ao leitor, mesmo com um baixo custo. Ele foi dividido em três seções principais, as de rochas ígneas, metamórficas e sedimentares, contendo 32 rochas no total.
2022
CARACTERIZAÇÃO DO MÁRMORE DOLOMÍTICO DE ACARAPE, CEARÁ, PARA A UTILIZAÇÃO COMO ROCHA ORNAMENTAL.
Resumo:
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de rochas ornamentais do mundo, e o Ceará é o terceiro maior exportador do Brasil, ficando atrás somente da Bahia e do Espírito Santo. Nesse cenário se torna cada vez mais necessária a produção de pesquisas em consonância com esse mercado, para que assim a academia possa participar embasando o desenvolvimento econômico nesse âmbito. Na parceria entre uma empresa privada e o Laboratório de Mineralogia do Departamento de Geologia (UFC) analisou-se o potencial do uso do mármore dolomítico da região de Acarape como rocha ornamental, por meio da caracterização de seus índices físicos e de resistência química. Os ensaios de absorção de água, densidade relativa, porosidade, resistência ao ataque químico e resistência ao manchamento compuseram esse estudo. As amostras utilizadas foram fornecidas pela empresa. Os testes de ataque químico foram efetuados com o objetivo de determinar a resistência que as rochas apresentam à exposição a certos reagentes químicos de maneira prolongada, esses reagentes compõem muitos produtos de limpeza e alimentos. Os testes de manchamento visam determinar a resistência que a rocha apresenta ao ser manchada por produtos do dia-a-dia. Os ensaios seguiram as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fazendo uso de placas de rocha, isoladas por tubos de PVC e colocadas em contato com os reagentes tampados com placas de Petri. Após o término as placas são limpas com água corrente e o resultado é analisado. Os resultados obtidos demonstram que o mármore corresponde aos parâmetros exigidos para a utilização como rocha ornamental, apresentando resistência química aos agentes degradantes, semelhantemente à outros mármores já consolidados no mercado, entretanto, sua alta absorção e porosidade facilitam o manchamento. Sugere-se que o mármore seja aplicado com produtos impermeabilizantes visando evitar manchamentos e prolongar seu padrão estético.
2021
CARACTERIZAÇÃO GEMOLÓGICA E GEOQUÍMICA DE TURMALINAS DE QUIXERAMOBIM/CE
Resumo:
A turmalina é um borossilicato de alumínio contendo quantidades variáveis de magnésio, ferro, cálcio e metais alcalinos, possui composição química e estrutura cristalográfica extremamente complexa. As variações composicionais, estruturais e cristalinas deste mineral são responsáveis pela intensa variedade de cores e outras características ópticas. Este estudo objetiva a caracterização química e gemológica de algumas turmalinas do acervo do Laboratório de Gemologia, do Departamento de Geologia (UFC). Foram analisadas 34 amostras, das quais 20 provenientes do Rio Grande do Norte (11 verdes, 7 azuis e 2 rosas); 9 verdes de Quixeramobim (CE) e 5 de Bom Jesus (PI) (2 verdes e 3 azuis). Para a caracterização gemológica das turmalinas foram utilizados refratômetro (mede índice de refração), dicroscópio (mostra o pleocroísmo), espectroscópio (identifica as bandas de absorção), lâmpada ultravioleta (mostra se há fluorescência) e microscópio gemológico, que analisa inclusões, fraturas, manchas, zoneamento de cores e alterações cristalinas. Para análise geoquímica utilizou-se MEV-EDS. As turmalinas analisadas possuem características ópticas pouco variáveis, como índice de refração no intervalo 1,6-1,66, birrefringência entre 0,012-0,018. O pleocroísmo mostrou-se forte, enquanto a fluorescência esteve ausente. Os espectros de absorção têm valores de 420 até 480 nm, apenas o caráter e sinal óptico são constantes, sempre uniaxial negativo. As análises químicas mostram que os teores químicos de Na2O variam de 0,41- 3,83, MgO (0-1,68), Al2O3 (16,24-42,7), SiO2 (37,93-70,29), P2O5 (0-1,44), K2O (0-0,84), CaO (0,31- 1,48), SrO (0-1,98), MnO (0-3,199), TiO2 (0-1,2), FeO (0,66-10,23) e ZnO (0-0,91). Apesar da grande variação química dos cristais, a caracterização gemológica e geoquímica permitiu classificar as turmalinas verdes e rosas como pertencentes ao grupo Elbaíta, enquanto que as azuis ao grupo da Schorlita.
2019
IDENTIFICAÇÃO E RECUPERAÇÃO DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS DAS ROCHAS ORNAMENTAIS CEARENSES MAIS UTILIZADAS.
Resumo:
O crescente uso de rochas ornamentais com aplicação inadequada revela diversas patologias como dissolução, desgaste, perda de brilho e manchamentos. Assim, é importante desenvolver estudos direcionados às patologias mais frequentes dessas rochas, indicando a correta utilização e remediação. Neste trabalho, utilizou-se quatro rochas extraídas, beneficiadas e comercializadas no Ceará. Os estudos envolveram: revisão bibliográfica referente aos índices-físicos das rochas (densidade seca, densidade saturada, porosidade, absorção d’água) e das características petrográficas; realização de ensaios de resistência ao ataque químico e ao manchamento (seguindo as normas da ABNT) e por último, medição e análise de brilho e de cor. O objetivo foi identificar as aplicações em que cada rocha apresentou melhor desempenho, avaliar a influência da mineralogia e dos índices físicos destas sobre a alterabilidade e apresentar métodos de recuperação para as principais patologias identificadas. Os resultados das análises mostraram influência da mineralogia e dos índices físicos, principalmente da porosidade, frente à ação de determinados agentes químicos, sendo o ácido clorídrico o mais agressivo. Os produtos de limpeza, usados no ensaio de manchamento, provocaram mudanças estéticas nas rochas de coloração clara, como Branco Ceará, Rosa Iracema e Verde Light. Como método de recuperação, o ácido cítrico mostrou-se viável em rochas incrustadas de ferrugem. No entanto, o mesmo reagente comportou-se como causador de alterabilidade nas rochas com coloração rosa ou esverdeada contendo minerais ferro-magnesianos, como a hornblenda. Com isso, deve-se evitar a utilização de rochas claras com minerais máficos em ambientes externos, que podem sofrer influência das intempéries, como chuva ácida, sem antes haver impermeabilização. A mesma recomendação serve para uso de rochas mais porosas em ambientes internos em contato com produtos culinários, pois apresentam susceptibilidade à absorção dos mesmos.